segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Mar de Realidades

Os sonhos se esvaem na imensidão do mar de realidades.
Uma criança sonha em alcançar o topo do mundo
O mundo, por sua vez, faz o favor de mostrar que nele não existe lugar para a igualdade
A televisão mostra toda uma realidade social de forma deturpada
A mulher chora por ver seu filho morrendo, quer dizer vivendo, já não faz muita diferença
Mas o filho continua sonhando, é o que regula seu universo já que o mundo,
Apesar de muito, significa pouco.
A verdadeira literatura traz a realidade e consigo a esperança, a beleza e a paz.
Mas não deixa de lado a crítica de quem observa o mundo com olhos sinceros.
Quanto mais dissipam-se diante da cruel realidade, os sonhos, renascem fortes
Repletos de beleza e esperança.

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Quando eu voltar pra casa

quando eu voltar pra casa...
casa! pra eu voltar, quando?
quando? eu voltar pra casa?
voltar pra casa quando? eu?
pra casa, quando eu voltar?
pra quando eu voltar, casa!
casa eu! voltar, pra quando?
eu? casa pra quando voltar.
voltar pra quando eu casá.

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Se passou um bom tempo desde a última postagem,
Um período de introspecção
Uma tomada de fôlego, após o canto da primeira estrofe.
A retomada da escrita, após poder reler alguns amigos,
Soou como essencial, uma necessidade fisiológica.

quinta-feira, 4 de março de 2010

Dispensava palavras

Olhando para o teu sorriso nesta tarde adormeci, me esqueci das coisas ruins e voltei a sonhar
Olhando para suas lágrimas soube apenas lhe abraçar - faltaram palavras
Gostaria que você sentisse a mesma segurança que senti
Ao te abraçar a tarde se transformou e até os pássaros voltaram a cantar
O vento soprava nossas costas e o Sol nos iluminava - dispensava palavras
Ao fundo, uma trilha sonora embalava nosso sono e nossos sonhos
Sua serenidade me trazia paz e sossoego, trazia também um desejo de infinito
Desejando que aquele momento durasse por uma eternidade
Ao vê-la sorrindo, me senti feliz e sorri.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Noite de carnaval

Em uma noite alegre de carnaval, ele saiu pela rua sem lenço e sem documento, a fim de aproveitar o belo momento em que se passava a vida. Naquela noite ele poderia fazer de tudo, beijar seus amigos, abraçar as pessoas, cantar com o bloco e tocar com a banda. Tanto podia que o fez, além de tudo sorriu e gargalhou, bebeu e chorou, mas não o fez tudo sozinho, fez com seus amigos que lá estavam para acompanhá-lo, para tornar aquele momento inesquecível. Quando bebiam brindavam, à saudade, à felicidade, ao momento, à companhia, ao amor, a tudo que já acontecera e a tudo o que ainda há de vir. Momentos fantásticos, indescritíveis. O cachorro quente na praça, a mulher sem pudor que contava seus casos de amor, a longa viagem, a feijoada da mãe fantástica, a macarronada dos pais incríveis, a cerveja, o churrasco, o futebol, a cachoeira, o cágado, o sapo, e acima de tudo, os amigos. Amigos de uma amizade pura e sem igual. Companheiros do carnaval da vida, com seu samba enredo ecoando pela avenida, com seu bloco de foliões que vem e vão, mas que para sempre ficaram em seu coração.

terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

Um dia andando pela rua eu a vi parada num bar,
Entrei para vê-la e pedi um conhaque para disfarçar
Tão linda ela era que não pude evitar,
Tomei meu conhaque e voltei a caminhar.

(texto escrito em 2006)

sábado, 23 de janeiro de 2010

Gotinhas de chuva

Eu gosto das gotinhas de chuva em minha janela
Distorcendo e recriando imagens
Eu gosto de ver a água enchendo a panela
Com óleo e sal consigo perceber paladares
Gosto de apreciar as flores nos primeiros raios de sol
As abelhas e zangões criando seus favos
As rodas d’água rodando no rítimo do relógio
Os malabares nos ares, os santos em oração
As luzes em cores, a expectativa em um botão
O vermelho da flor igual ao do coração.
Durante a noite um cigarro aceso
O sentido, o querido, conseguido, construído
A saudade, a vontade, a bondade e felicidade
O amanhã, o amanhecer, te rever
Te abraçar, te tocar e te beijar.
Desafio os fundamentos e encontro sentidos
Ao tempo desatentos são os meus olhos comedidos.